Excessiva demora no diagnóstico clínico do câncer de pulmão. Depende do médico, do paciente ou do sistema?
Resumo
Objetivos: Identificar os fatores que levam ao diagnóstico tardio das neoplasias pulmonares. Casuística e Métodos: Avaliação retrospectiva de informações voluntariamente fornecidas por 372 pacientes com câncer de pulmão admitidos no Instituto do Câncer Arnaldo Vieira de Carvalho (ICAVC). Resultados: Após o início dos sintomas, 81,4% dos pacientes procuraram algum serviço médico em até 90 dias; apenas 18,5% dos indivíduos demoraram além de 90 dias para buscar atendimento. Os sintomas que mais freqüentemente motivaram o primeiro atendimento foram: tosse, dor torácica, dispnéia e hemoptise. Em 28% dos casos, pneumonia foi o primeiro diagnóstico formulado; a presença de neoplasia pulmonar só foi cogitada em 20,7% dos primeiros atendimentos. Apenas 6,8% dos pacientes tiveram o diagnóstico confirmado em até 30 dias. Em contrapartida, 36,7% levaram além de seis meses para obter o diagnóstico. Em serviços particulares, o câncer foi diagnosticado mais rapidamente que em serviços públicos. Dispnéia e hemoptise foram os sintomas que mais rapidamente levaram o médico ao diagnóstico correto. Também foram os sintomas que mais precocemente levaram os pacientes a procurar atendimento. Conclusão: Em apenas 18,5% das ocasiões o paciente foi o principal responsável pelo tardio diagnóstico da neoplasia. Em quase 80% dos primeiros atendimentos a presença do câncer de pulmão não foi considerada. Embora a hipótese diagnóstica tenha sido correta em 20% dos atendimentos, apenas 6,8% dos pacientes tiveram seu diagnóstico confirmado em até 30 dias após o início dos sintomas. Os dados acima sugerem que, em nosso meio, o retardo no diagnóstico de uma neoplasia pulmonar deve-se ao binômio médico - sistema de saúde.
Descritores: Neoplasias pulmonares/diagnóstico, Fatores de tempo, Médicos, Pacientes, Sistemas de saúde, Estudos retrospectivos.
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