Perfil sociodemográfico, clínico e desfecho das vítimas acometidas por traumatismo cranioencefálico: uma pesquisa bibliográfica / Sociodemographic profile, clinic and the outcome of victims affected by Traumatic Brain Injury: a bibliographic research

Autores

DOI:

https://doi.org/10.26432/1809-3019.2022.67.024

Resumo

Introdução: O Traumatismo Cranioencefálico (TCE) é uma das maiores causas de morbimortalidade, que ocasiona óbitos e sequelas e gera grande impacto para a sociedade. Objetivo: Identificar o perfil sociodemográfico, clínico e desfecho das vítimas acometidas por TCE. Método: Pesquisa bibliográfica utilizando os descritores específicos: “Lesões Encefálicas Traumáticas” e “Traumatismos Craniocerebrais”, cruzados com os descritores gerais: “Perfil de Saúde” e “Epidemiologia”. Incluiu-se artigos científicos disponíveis na íntegra, escritos no idioma português (Brasil)
e publicados a partir de janeiro de 2015 a setembro de 2021. Resultados: Material composto por 11 artigos, sendo que a Revista de Enfermagem UFPE on-line foi contemplada com quatro publicações. Três publicações ocorreram no ano de 2017, seguido de duas publicações nos anos de 2018, 2019 e 2020 e uma publicação nos anos de 2015 e 2016. Em nove artigos, os dados foram coletados na região Nordeste do Brasil. Na caracterização das vítimas de TCE, o gênero masculino predominou em todos os trabalhos, variando de 76,2 a 94,0%; o gênero feminino variou
de 6,0 a 23,8%. Apenas um artigo identificou a cor das vítimas de TCE, predominando indivíduos da cor parda (52,3%), seguido por indivíduos da cor branca (4,5%). Apenas três artigos trouxeram a informação sobre a escolaridade, sendo que a identificação de analfabetos variou de 1,1 a 9,8%; o ensino fundamental variou de 23,9 a 69,7%, o ensino médio apresentou uma frequência de 15,2 a 47,7% e o ensino superior apresentou uma frequência de 3,8 a 15,9%. Com relação à etiologia do TCE, os acidentes automobilísticos variaram de 2,2 a 49,1%, o acidente motociclístico apresentou variação de 30,5 a 75,0%, as quedas de 3,4 a 19,2% e a agressão física de 3,4 a 7,1%. O TCE leve, caracterizado por uma Escala de Coma de Glasgow (ECGl) de 13 a 15 pontos, demonstrou variação de 5,7 a 73,6%. O TCE moderado (ECGl de 9 a 12 pontos) variou de 0,0 a 92,7% e o TCE grave (ECGl de 3 a 8 pontos) variou de 1,7 a 91,8% nos artigos avaliados. A média do tempo de internação hospitalar, referida em três artigos, variou de 6,2 a 11 dias. Dois artigos registraram a informação sobre o dia de semana que ocorreu o acidente das vítimas de TCE, sendo que a segunda-feira apresentou uma frequência de 12,0 a 17,7%, terça-feira apresentou uma variação de 5,0 a 9,7%; na quarta-feira a frequência variou de 8,0 a 8,2%; na quinta-feira a frequência ocorreu de 6,0 a 8,0%; na sexta-feira a variação foi de 12,8 a 16,0%; no sábado variou de 19,7 a 22,0%; e no domingo a frequência foi de 23,9 a 31,0%. Dois artigos retrataram as manifestações clínicas das vítimas de TCE, sendo que o rebaixamento do nível de consciência variou de 30,6 a 32,0%; a cefaleia variou de 11,7 a 13,5%; o vômito, de 7,8 a 18,9%; a convulsão, de 1,6 a 16,0%; o hematoma periorbital variou de 7,0 a 28,4%; a otorragia de 5,5 a 5,8% e a anisocoria de 0,8 a 11,1%. Com relação ao tipo de tratamento instituído, citado por seis artigos, pode-se identificar que o tratamento não cirúrgico variou de 31,1 a 86,4% e o tratamento cirúrgico variou de 9,7 a 68,8% para as vítimas de TCE. O desfecho relacionado ao óbito das vítimas de TCE foi retratado em oitos artigos, com variação de 5,2 a 38,6%. Conclusão: Predominaram vítimas de TCE do gênero masculino, solteiros, com ensino fundamental e faixa etária entre 20 e 29 anos. O TCE ocorreu, em sua maioria, por acidente motociclístico, ocorrido aos finais de semana, variando entre TCE leve a grave, realizando tratamento conservador, com média de internação hospitalar de uma a duas semanas e uma porcentagem de óbito que variou de 5,2 a 38,6%.
Palavras-chave: Lesões encefálicas traumáticas, Traumatismos craniocerebrais, Perfil de saúde, Epidemiologia.

ABSTRACT:

Introduction: Traumatic Brain Injury (TBI) is one of the biggest causes of morbimortality, causing after-effects, death, and creating big impact in society. Objective: To identify the clinic, sociodemographic profile, and the outcome of victims affected by TBI. Methods: Bibliographic research using the specific descriptors: “Traumatic Brain Injuries” and “Craniocerebral Trauma”, whose information was cross-checked with the general descriptors: “Health Profile” and “Epidemiology”. Scientific articles available in full, written in Portuguese (Brazil) and published from January 2015 to September 2021, were included. Results: Material composed of eleven articles, considering that four publications are from the online Revista de Enfermagem UFPE. Three publications took place in 2017, followed by two publications in 2018, 2019 and 2020 added to one publication in 2015 and 2016. In nine articles, data were collected in the Northeast region of Brazil. During the characterization of TBI victims, the male gender predominated in all studies, ranging from 76.2 to 94.0%, whereas the female gender ranged from 6.0 to 23.8%. The ethnics of TBI victims were identified by only one article, predominantly revealing mixed-race individuals (52.3%) followed by white individuals (4.5%). Only three articles provided information about education, with the identification of illiterates ranging from 1.1 to 9.8%; elementary education ranged from 23.9 to 69.7%, secondary education had a 15.2 to 47.7% incidence, and higher education had a 3.8 to 15.9% incidence. Regarding the etiology of TBI, car accidents ranged from 2.2 to 49.1%, motorcycle accidents demonstrated a variation of 30.5 to 75.0%, falls from 3.4 to 19.2% and physical aggression from 3.4 to 7.1%. The mild form of TBI, which is characterized by a Glasgow Coma Scale (GCS) of 13 to 15 points, showed the range of 5.7 to 73.6%. Moderate TBI form (GCS 9 to 12 points) ranged from 0.0 to 92.7%, and severe TBI form (GCS 3 to 8 points) ranged from 1.7 to 91.8% in the articles analyzed. The hospital length of stay average period, referred to in three articles, ranged from 6.2 to 11 days. Two articles revealed information about the day of the week that the TBI victims’ accidents occurred, with Monday showing an incidence of 12.0 to 17.7%, and Tuesday having a 5.0 to 9.7% incidence; Wednesday indicated an 8.0 to 8.2% range; on Thursday it ranged from 6.0 to 8.0%, on Friday from 12.8 to 16.0%; Saturday indicated a 19.7 to 22.0% range, and on Sunday the incidence was 23.9 to 31.0%. Two articles detailed the clinical manifestations of TBI
victims, with consciousness level decrease ranging from 30.6 to 32.0%; headache ranged from 11.7 to 13.5%; vomiting from 7.8 to 18.9%; seizure from 1.6 to 16.0%; periorbital hematoma from 7.0 to 28.4%, otorrhagia from 5.5 to 5.8%, and anisocoria from 0.8 to 11.1%. Regarding the types of treatments performed, described in six articles, it was noticed that both non-surgical treatments ranged from 31.1 to 86.4%, while surgical treatments ranged from 9.7 to 68.8% in TBI victims. The outcome related to the death of TBI victims was demonstrated in eight articles, with
variation from 5.2 to 38.6%. Conclusion: There was predominance of male TBI victims, single, with elementary education and aged between 20 and 29 years of age. Most of the TBI occurred due to a motorcycle accident, which occurred on weekends, ranging from mild to severe TBI, with non-surgical treatments, an average hospital stay of one to two weeks, and a death rate ranging from 5.2 to 38.6%.
Keywords: Traumatic brain injuries, Craniocerebral trauma, Health profile, Epidemiology.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Publicado

2022-12-20

Edição

Seção

ARTIGO DE REVISÃO